Limpei a casa. E ainda lendo Jules e Jim. Egocentricamente me identificando com a Kathe, aquela que ao menor sinal de dúvidas do amor de alguém por ela, dá um jeito de se vingar. Não, eu não traio, mas me vingo. Como ela, me arrependo.
Se bem que quase nunca chego a me vingar. Maquino, mas chegar aos finalmente quase nunca, ou nunca mesmo, consigo.
Coisas da vida. Vai entender.
A Kathe encara a vida como uma festa. Por isto até digo que em vez de egocêntrica, minha comparação tenha um “quê” de admiração e vontade de ser assim.
Saí da completa letargia. Que como mal entendeu meu amigo Jhon, não era mesmo completa, era quase...
Para quem está sempre nos quase. Quase terminei de limpar a casa, faltam os quartos, a mala da viagem pra desfazer, roupa para passar, contas para arquivar... Isto é o lado bom de morar só. Posso ficar no quase, e limpar o que e quando quiser. Ou quando me incomodar, foi o que aconteceu.
Estava tomando um ansiolítico*, que era para me ajudar no sono, segundo a psiquiatra. E ajudou, mais do que deveria. Dormi por horas, senão dias, a fio.
Parei três dias antes (ontem), por necessidade de limpar a casa, preciso de ansiedade para isto e também porque amanhã cedo tenho um exame médico e não posso perder a hora.
Acontece que o sono demasiado sumiu novamente e cá estou eu, a maquinar o que fazer no carnaval. E também a maquinar o que fazer no meu aniversário de trinta anos.
É, trinta anos. Uma data que achei que fosse demorar. Que achava há dez anos que quem tinha trinta anos era tiazinha. Que puxa!
Além disto, estou em pleno inferno astral e nem dei conta. Acho que os astros me pouparam desta vez, uma vez que sabem que não é fácil mudar de década nesta vida. Virar balzaquiana.
Enfim, preciso comemorar. Só não sei como. A vida de estudante nerdiana me afastou de vez da badalação (e de possíveis destinos de viagens no carnaval).
Agora que já desabafei, vou aproveitar e visitar alguns amigos, junto com uns goles de vinho, até a hora que o sono chegar.
*ansiolítico = remédio para ansiedade.
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