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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Mudanças x Escolhas

Depois de um longo período (uma noite e uma manhã) deitada na cama – achando que assim, evitando a vida real, evitava ter que fazer escolhas – de repente percebi que é isto: tenho medo de ter que fazer escolhas, ou melhor, tenho mais medo de fazer escolhas do que medo de mudanças.

Tenho alma de velha e evito o novo, tanto quanto posso - exceto nos aparelhos eletrônicos, porque, neste caso, poderia ser cobaia de empresas japonesas.

Mas a mudança, querendo ou não (acho que nem preciso dizer “querendo”, quase nunca quero), sempre me pega. E lá vou eu, fazendo a corajosa e enfrentando o desconhecido. Sempre. Modéstia bem à parte!

E, desta vez, depois de inventar trilhões de desculpas para não abandonar aquele local que provinha meu sustento há mais de quatro anos. Um local que pra “sobreviver” tive que literalmente vencer mais obstáculos do que um suposto desconhecido poderia me proporcionar, mas ainda assim, era “seguro”. Confortável.

Mas me tiraram do time.

Não tive tempo de lamentar. Também não chorei.

Mas tive que viver a mudança. Porque se a vida segue seu curso, se as contas vencem e os gatos precisam de ração, precisei lembrar das outras pessoas que tive a sorte de conhecer e que tive a sorte de gostarem de mim (principalmente do meu lado profissional) e fazer algumas ligações.

Dois e-mails e um telefonema foram o suficiente pra me colocar em pânico. Porque por melhor que possa parecer, novas oportunidades surgiram antes mesmo de eu ter que esperar temer a nova situação.

E tive que parar de tentar encontrar pessoas e parar pra fazer uma escolha.

Foi aí que travei. Foi aí que o bicho pegou, ou talvez tenha sido a hora que a ficha caiu. Tudo mudou e agora é hora de seguir em frente… Mas ter que escolher entre dois caminhos.

Segui meu coração, que preferiu optar pelo mais prático, pelo mais confortável e seguro (no sentido de achar que terei gente que posso contar) e acabei optando pelo primeiro mesmo…

Não será agora que saberei se a segunda opção, aparentemente mais vantajo$a, teria sido a mais correta. Ainda não quero caminhar tão longe (ou tão sozinha)… Ou não quero ser tão radical. Acho que esta última opção é a que vale.

E agora, com a escolha feita, poderei sentir o luto dos sonhos que ficaram para trás. Dos sonhos que virarão concreto nas mãos de outras pessoas.