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terça-feira, 26 de dezembro de 2006

Reencontro comigo mesma

"Encontre um homem que te chame de linda ao invés de gostosa.Um homem que segure sua mão na frente dos amigos.Que queira te mostrar para todo mundo mesmo quando você está suando.Que permaneça acordado só para observar você dormindo.Que te ligue de volta quando você desligar na cara dele.Aquele que te lembra constantemente o quanto ele se preocupa com você e o quanto sortudo ele é por estar ao seu lado. Espere por aquele que esperará por você. Aquele que vire para os amigos e diga “É ela!”."

(Autor desconhecido, se alguém souber a quem pertence me avise para os devidos créditos)



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Andei lendo estes dias, no livro que comprei (1.000 Lugares para Conhecer Antes de Morrer), uma frase de um tal (ainda é um tal para mim, preciso pesquisar sobre) Mark Twain, que dizia o seguinte:

“Daqui a 20 anos você tenderá a ficar mais decepcionado com as coisas que deixou de fazer do que com as coisas que fez.
Portanto, lance fora as amarras. Navegue para longe do porto seguro. Deixe que o vento sopre suas velas. Explore. Sonhe. Descubra.”

Completo o pensamento com uma outra frase, que meu ex professor de portos e obras hidráulicas dizia: “para quem não sabe a que porto quer chegar, nenhum vento é favorável”.

Logo, chego a conclusão que andei sonhando demais e realizando pouco (no aspecto sentimental da minha vida). Andei colocando de lado, aquilo que mais gosto de pregar: ame a si mesmo em primeiro lugar.

Foi o que quase (ou totalmente) deixei de fazer. Acordei a tempo, com uma surra, claro. Meu natal não foi o mais feliz da minha vida, verdadeiramente falando, foi o mais triste...

Mas, redescobri o valor da amizade, aquela que tenta salvar teu dia independente de teus atos (ou ausência de), que numa atitude egoísta em sonhar apenas com o amor, acabei deixando de lado. Tapa da vida, mas que me trouxe de volta à realidade.

(Talvez poucos entendam, mas não posso ser mais clara. Em respeito a terceiros, não entrarei em detalhes).

Mas a questão é a seguinte, mergulhei novamente na depressão. Acho que cismo com a poesia da dor, me encontro, às vezes penso que gosto. Mas dói pra cacete.

Depressão não é só estar triste. Depressão é perder o gosto pela vida, é ficar irritável, agressivo, apático, desesperançoso. No meu caso, alternando estados de extrema euforia (sempre vaga) ou ira com estados de tristeza profunda. Somando com a ansiedade gerada que por sua vez ataca o TOC (transtorno obsessivo compulsivo), onde um dos meus maiores sintomas é com a simetria, no visual e no meu corpo (nenhuma sensação do lado direito pode ser dar ao luxo de não acontecer do lado esquerdo), onde procuro reproduzir um esbarrão, uma cutucada, qualquer coisa em condições idênticas de intensidade. Senão piro mais ainda.

O médico diagnosticou ainda a presença do transtorno bipolar, que é a tal mudança de estado de espírito repentina, citada acima. Juntando a depressão e TOC, sou uma pessoa que mesmo quando estou doente não fico obrigatoriamente triste, enterrada num canto. Mas fico anti-social, tenho idéias recorrentes sobre como seria se eu deixasse de existir, sentimento enorme de culpa, falta de vontade de fazer as coisas mais que mais gosto e mais chorona que de costume. Sem esquecer dos distúrbios do sono (não preguei os olhos esta noite).

Logo, o teste anterior não estava errado. Ele serviu como uma escala pra medir o estado atual da doença. Quero dizer que já aprendi a me cuidar, mas inevitável é fazer com que ela não volte. Já procurei e realizei tratamentos.

Definitivamente, isto não se configura frescura. Mas uma coisa percebi em mim, que em cada tombo da vida, que remexe na ferida (leia-se depressão) e provoca recaídas, trás depois da tempestade um efeito colateral, uma vontade imensa de mudar o quadro (o que é um grande passo) e tentar fazer diferente para não incorrer no mesmo erro...

Desta vez (re)aprendi, a lutar pelo meu sonho, mesmo que custe sofrimento momentâneo, que não mata e evita uma vida mais ou menos, vivendo uma situação que não me agrada e prolongando a tal tristeza, por medo de perder algo (ou alguém). A Carlinha de hoje acordou amanheceu, assim, triste, mas com uma vontade enorme de dar um passo diferente, em direção ao seu amor-próprio. E sabendo a que porto quer chegar...

Obrigada a todos pelo apoio e pelo não abandono mesmo na fase chata (que está passando).
Um grande beijo!

4 comentários:

Cão Babão disse...

Eu passei muito mal porcausa de depressão, mas melhorei! Passa lá no meu blog, o Sucupiras, que você mante'm mais contato comigo, apesar de que eu só passo por lá de novo no ano que vem...

O lnce é se ocupar e ver o lado bom das coisas. Siga a filosofia que você criou para si mesma, mas não leva a sério que funciona!

Para mim funcionou!

Beijos e feliz Ano-Novo!!!

Cão Babão disse...

Outra coisa: sou conhecido neste meio como Cão Babão!

Dongóes disse...

Carlinha sem estresse. Não existe o homem ideal.
Torço por vc. Não estás só, qualquer coisa estamos por aqui para dar uma mãozinha.
Desde já um Feliz 2007.

Naeno disse...

Acabei de colocar o teu blog entre os meus prediletos.

Um beijo.
Conta comigo,
Naeno