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terça-feira, 24 de outubro de 2006

Minhas decisões (que ninguém entende)

Vai fazer nove anos que moro sozinha – fui abandonada pela família aos 20 anos.
(Estas contas pouco importam todos já ficaram sabendo a minha idade no post abaixo – mas o corpinho é de 20 e o rostinho de 21, hahaha, bendito Renew).
Ao contrário de todo mundo, o que é normal no meu caso ser diferente da maioria, não fui eu quem saiu de casa, foi minha família inteira que se mudou para outra, outra cidade, em outro estado...
No começo não queria ir, e ainda não – imagina morar no nordeste?
Não tem show de rock, não tem cinema, não tem shopping, teatro, etc.
Até tem, mas não na quantidade suficiente que em São Paulo, ou seja, mesmo que eu não vá a nenhum destes lugares por um bom período de tempo, não me sinto prisioneira/limitada, porque sei que se quiser a opção estará a umas buzinadas de distância...
Imaginava: “Stones no Brasil, vem para SP, no máximo RJ, e eu lá longe... Sem Vila Madalena? Sem filas, sem trânsito, poluição, fumaça... Sem '25 de março'?”
Pois é, acho que sou masoquista...
Deixei de ter uma casa com mãe, pai, irmãos, cachorros... Deixei a oportunidade de poder estudar o dia inteiro numa faculdade federal sem precisar trabalhar...
Deixei inúmeras coisas do conforto da casa paterna (roupa lavada, comida caseira, carinho quando se está doente).
Confesso que com nove meses de solidão quis ir correndo pra barra da saia da mamãe, mas meu pai deu um grito:
- Alto lá!!! Eu insisti para que você viesse, agora quem não te quer aqui sou eu!
- Hã? - pensei: "será que ele não me quer mais?"
- Não filha, é que o melhor para você é terminar sua faculdade em São Paulo, que é pública e tem certo nome para você arrumar emprego melhor aqui.
- Ah, tá! Mas é que estou triste, não agüento mais viver sozinha (chorando)... Matar barata, consertar chuveiro, tudo sem ter ninguém para me ajudar...
Uma semana depois ganhei dois dias do meu chefe, uma passagem ida e volta da minha mãe e matei um pouco da saudade.
Eis que hoje estou aqui, fazendo outra faculdade na cidade de sempre, amadurecida (um pouquinho só, assumo) e lutando contra um novo problema que surgiu: o egoísmo de viver sozinha...
É, acabamos mal acostumados... Não podemos contar com ninguém é fato, mas a compensação é não precisar pensar também – eis me no exercício da preocupação com o próximo quando preciso dividir espaço com mais alguém...
Assim como a vida, tudo sem seu lado bom e mau. (Graaaande filósofa!)

PS: Atualmente, lá em Natal, existe uma infinidade de shoppings, Mc Donald’s, C&A (três!), Cinemark, Makro, Carrefour, Extra, trânsito, viadutos, grandes avenidas... Uma cidade crescendo com vasto campo para a construção civil (melhor para mim). Tudo isto pertinho do maravilhoso mar...
E eu ainda decidindo se quero ou não arrumar minhas trouxas...

4 comentários:

Anônimo disse...

é, tem coisa que não faz sentido msm né? rs Mas olha, tua faculdade não vai durar pra sempre...

Se ainda cabe algum questionamento, talvez fosse: "minhas decisões me fazem mais gente???"

(sim, eu adoro pagar de filósofa!)

Unknown disse...

Tudo a seu tempo, mulher. Mas esse tal de egoísmo é para sempre, quase para todo mundo. Voltar a morar na casa dos pais, depois de anos morando só... putz, para mim, não dá.
Beijos

Anônimo disse...

Qd vc acabar de estudar aí vc decide.Eu acho que morar longe da família só é legal se ela for mt ruim , se vc tiver irmãos inconvenientes .Do contrário viver perto da família é melhor.E viver em Natal é o meu sonho.Clima seco tropical.Ueba!!!!Deus vai te dar o caminho certo.É só ouvir o coração.E estas bandas são tão raras que não sei se compensa.Tem tb o lado de conhecer coisas novas, sotaque novo, Brasil diferente.O mundo é maior do que pensamos.Tem algum amor por aí?

Anônimo disse...

de um blog a outro cheguei aqui sem nem me lembrar como... meus parabens, adorei seu espaço. um layout de muito bom gosto e textos prazerosos de ler.
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boa sorte com suas escolhas!
good vibes